A Agulha Orgulhosa

Era uma vez uma agulha de costura que se achava a tal, na verdade ela queria ser uma agulha de bordar, muito nobre ela pensava, sentindo-se a melhor de todas, ficou totalmente aborrecida quando foi espetada em um chinelo de borracha para sua dona usar, ela fez tanta força que agulha se partiu… A dona então a remendou com um tipo de cera escura e lisa, ah! isso foi o bastante para a pobre Agulha se sentir mais maravilhosa ainda, então quando a dona colocou-a espetada em seu avental a Agulha se encheu ainda mais de orgulho, sentindo-se muito importante por ter se tornado um broche, ao lado de um alfinete ela ficou se gabando de sua realeza até que escorregou e caiu numa pia.

A queda a levou para a sarjeta, e ali ela ficou no chão paralisada, as águas passavam por ela carregando pedaços de papel, jornais e todo tipo de lixo, mas Agulha Orgulhosa continuava se achando muito especial, pensava que era muito importante, que os que passavam por cima dela não poderiam imaginar quem ela era… De repente um caco de vidro parou ao seu lado e ela muito posuda perguntou se ele era um raro diamante, o caco de vidro não negou e ambos ficaram se elogiando e se sentindo os maiorais, mas a água veio com força e o caco de vidro seguiu seu curso.

Certo dia, dois meninos procuravam pregos na sarjeta quando de repente um deles se espetou na agulha, com raiva o menino pegou uma casca de ovo, colocou a agulha dentro e ela saiu boiando dentro do ovo, nem assim ela entendeu que era apenas uma agulha inútil, dentro do ovo ela pensava que estava em uma bela carruagem branca, digna de uma princesa… A casca do ovo parou na rua e um enorme caminhão passou por cima dela, esmigalhando a casca e deixando a agulha amassada no chão bem no meio das pedras e assim ela ficou sem eira nem beira!

Fonte: Reconto de A Agulha de Costura; Livro: Contos de Fadas de Andersen – Vl.1 – Ed. Principis, 2020.

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